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Archive for the ‘Uncategorized’ Category

Wäls Witte

Mais uma vez a Wäls realizou sonhos. Nessa oportunidade, nos levou às nuvens, matando o extremo calor que anda fazendo neste verão.

Na última edição do Festival Brasileiro da Cerveja, a Cervejaria lançou uma sua última cria: Wäls Witte.

Wittes são as cervejas de trigo belga, produzidas com pelo menos 25% de malte de trigo, corpo leve, refrescante, leve acidez e especiarias, como semente de coentro, cascas de frutas e especiarias da região em que produzida. Ideal para os dias de altas temperaturas, por conta de se caráter refrescante e leveza.

A Witte Beer – mais conhecida como Witbier – surgiu, claro, na Bélgica e tomou conta da região leste de Bruxelas, tendo Hoeggarden como principal produtora. A wit da época era produzida baseada nas cervejas medievais, as quais usavam o gruit – especiaria utilizada antes do surgimento do lúpulo – como tempero.

A Wäls Witte segue à risca o estilo. Usa como especiarias – segundo Zé Felipe – pimenta da Jamaica e otras cositas más!  Esses “segredos” trazem à  cerveja caráter refrescante, cítrico, leve acidez e bastante condimento. Com corpo leve, espuma consistente e cor dourada pálida, essa cerveja foi sensação no festival e com certeza irá agradar até mesmo quem faz nariz torto ao estilo.

Com a revolução das cervejas lager, depois da Segunda Guerra Mundial, as Witbiers estiveram perto de acabarem e por mais 10 anos tiveram sua produção quase encerrada. Em 1966, Pierre Celis montou a cervejaria De Kluis, revivendo o estilo na já conhecida Hoeggarden.

A Cervejaria mineira Wäls mais uma vez trouxe a verdade para dentro do copo e produziu uma excelente cerveja. Dentro de dois meses estará à venda no mercado.

Foto: Acervo Wäls Cervejaria

Harmonização – Bodebrown cerveja do amor e polvo crocante com batata doce confit

Depois de perder seu primeiro lote e de ter ela furtada, consegui experimentar a sazonal Bodebrown Cerveja do Amor, uma Fruit beer , com 5,5% abv – a degustada com 8,8% abv, que teve sua graduação alcoólica aumentada para aguentar a viagem até o Mondial de La Bière -, que leva como base uma cerveja de trigo e possui adição de amoras maceradas.

Samuel Cavalcante – mestre cervejeiro e proprietário da Cervejaria – se inspirou para fazer essa Cerveja do Amor em uma das obras do poeta romano Ovídio, chamada  Metamorfoses, que fala sobre a metamorfose dos deuses da mitologia grega para sobreviverem à cronologia do amor – desde a paixão, o desejo, até seu fim.

E toda essa cronologia parece estar bem inserida na cerveja. Ao servi-la, você é contemplado por um líquido de cor avermelhada que se destaca no copo, finalizada por uma espuma branca e persistente. No aroma, em evidência há as notas da fruta – quanto mais nova a cerveja, maior é a percepção das frutas – além de leves condimentos próprios da cerveja base e levíssima acidez. Já na boca, amora, leve cravo, coentro, notas leves de lúpulo herbáceo e acidez sutíl.

Para finalizar aquela cronologia – mas aqui com final feliz -, harmonizei-a com um Polvo Crocante com Batata Doce ConfitadaGrelhado em azeite de pimentão e páprica, o polvo pedia uma cerveja que balanciasse o condimentado da preparação. E o dulçor da cerveja fez bem esse trabalho, além de muito bem combinar com a característica doce da batata. Como há uma leve acidez na cerveja, os condimentos – tanto da cerveja como do polvo – acabaram ficando ainda mais aparentes, trazendo uma sensação picante na boca e, ao mesmo tempo, um leve dulçor. O álcool cortou bem a média gordura do polvo e da batata confit, garantindo mais percepção das características da cerveja e do prato.

Aproveitem a receita e harmonizem com muito amor – de preferência com alguém que você ame, como fiz.

RECEITA:

Polvo:

4 tentáculos de polvo

1 batata doce grande

cravo

Cebola

1 limão

shoyu

Azeite:

1 colher de sopa de páprica picante

1 pimentão vermelho pequeno

200 ml de azeite de oliva

Batatas:

1 bastata doce grande sem casca

alecrim

q.b sal grosso

azeite de oliva

Preparo:

Polvo:

Antes de cozinhar o polvo, congele-o de um dia para o outro – isso ajudará a deixar a carne mais macia. Descongele-o e leve para cozinhar com a cebola, o limão, o cravo e um pouco de shoyu, por aproximadamente 1 hora – a acidez dos ingredientes irá ajudar a deixar a carne macia, sem precisar levar à panela de pressão.

Dica: caso compre o polvo limpo, mas ainda com resíduos de tinta nas patas, esfregue o polvo com sal e bastante água. Isso ajudará também a tirar aquela “secreção” que fica ao redor de seu corpo.

Batatas:

Corte as batatas em rodelas, cubra com azeite e tempere com sal grosso e alecrim. Leve ao forno na temperatura mais baixa e asse até que fiquem macias e levemente douradas

Azeite:

Esquente um frigideira e grelhe o pimentão – sem sementes – com uma colher de páprica. Quando começar a dourar, retire do fogo e bata no liquidificador. Peneire e reserve.

Polvo crocante:

Tempere o polvo com sal e pimenta do reino. Aqueça bem uma frigideira, coloque um fio do azeite de pimentão e páprica e grelhe o polvo. Enquanto o polvo grelha, aperte-o com um peso – pode ser a tampa de uma panela. Repita o mesmo processo do outro lado – esse processo ajudara a criar uma leve crocância na pele do polvo, deixando a parte interna macia e suculenta.

Fotos de Michele Meiato Xavier.

IV Harmozição da Academia da Cerveja

Dia 10 de março de 2012 a Academia da Cerveja, uma das principais casas em Santa Catarina que trabalha em prol da cultura cervejeira, realizou a IV Harmonização da Academia da Cerveja. Dessa vez, tive o prazer de conduzir a harmonização no estilo ” cruza e cabeceia para o gol”: confecção dos pratos e explicação das harmonizações eleitas. Experiência muito interessante.

A harmonização foi toda no tema de frutos do mar e com a perspectiva de trazer novas preparações aos manézinhos, saindo dos tradicionais “camarão na moranga” e ” peixe assado com pirão”. Os pratos foram: ceviche, brandade de mexilhão ao molho de maracuja, truta com bacon sobre batata confitada e, de sobremesa, creme brûlée.

Para acompanhar esses pratos, foram escolhidas as cervejas Coruja Alba, Basemente Golden California Ale, Coruja Alba Weizenbock e Leuven Dubbel, respectivamente.

Segue a baixo impressões de cada harmonização.

Ceviche e Coruja Alba Weiss

Ceviche é um prato de origem inca e consiste em uma preparação com peixes frescos marinados – em sua origem, marinados com chicha (cerveja de milho produzida pelos locais e fermentada com suas salivas), ocasionando o cozimento através de um meio ácido -, no caso, com limão.

O frescor do peixe e a refrescância do prato combinaram muito bem com a característica leve e condimentada da Coruja Alba. Sua carbonatação ajudou na limpeza do paladar.

Ótima experiência!

Brandade de Mexilhão ao molho de maracujá e Basemente California Golden Ale

Brandade é uma preparação originária da Catalunha e que gera muita briga entre seus habitantes e os franceses – como sempre, conhecidos erroneamente como os “pais” da gastronomia, querendo todos os créditos. Originalmente o prato leva bacalhau, emulsão de batata e creme de leite – França – ou somente bacalhau misturado com azeite – catalunha.

Nessa minha versão, acabei criando em cima da preparação francesa – batata, proteína e creme de leite – trocando a primeira por batata baroa (mandioquinha), os mexilhões na proteína e molho de maracujá em substituição ao creme de leite.

Para acompanhar, uma American Pale Ale foi escolhida. Com característica levemente frutada – decorrente do lúpulo Amarillo, maltes de cereais, leve caramelo e mel. Combinou muito bem com as características semelhantes encontradas no prato, ocasionando uma instigante experiência aos participantes.

Truta grelhada com bacon sobre batatas confitadas e Coruja Alba Weizenbock

Um pouco diferente das demais Weizenbock, a Coruja Alba leva uma pequena porcentagem de malte defumado na sua composição, trazendo leve sensação de amargor e corpo. Além disso, com IBU – Unidade de medida de amargor – lembrando que não é usado somente para amargor de lúpulo – mais elevado (46 da Coruja, 15 a 30 nas demais weizenbock, segundo o BJCP).

A boa base de malte lembrando caramelo, leve defumado e fermento, como toques de cravo e banana passa – esta resultado da combinação do malte e do sub produto do fermento – combinaram bem com o sabor marcante da truta e do bacon, trazendo complexidade à harmonização.

Creme Brûlée e Leuven Dubbel

Creme Brûlée – de requintado só o nome – é um doce típico francês e que consiste em um creme de ovos com uma deliciosa crosta de açúcar queimado.

Essa sobremesa pede uma cerveja com bastante base de malte e encorpada. A Dubbel eleita combinou muito bem, pela sua carga de malte, lembrando caramelo, e leve torrefação. Seus 8% abv ajudaram a quebrar a gordura do doce.

Uma excelente harmonização e, segundo alguns participantes, uma das melhores.

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Fotos: Michele Meiato Xavier

Cerveja e Comida

Ao falarmos de harmonização, a primeira bebida que nos vem em mente é o vinho. Com o passar dos tempos e a curiosidade do ser humano cada vez mais presente, outras bebidas acabaram entrando nos copos. A cerveja é um desses casos, onde sempre foi vista como “bebida da ralé” e hoje é enaltecida até mesmo nos restaurantes mais sofisticados.

As harmonizações sempre tiveram presentes na gastronomia e muitas vezes involuntariamente, mas o que poucos sabem é quais pontos devem ser levados em consideração na hora de  harmonizar comida e bebida. E é neste ponto que quero chegar  com este post.

O prato escolhido e alguns dos  quesitos que devem ser levados em consideração, como por exemplo o peso do prato, textura, sabores, aromas e ingredientes que foram usados na preparação, nos servem como porta de entrada para a escolha da cerveja.

Como na harmonização a bebida serve como um complemento do prato, a cerveja acaba se tornando versátil. A cerveja por ser uma bebida carbonatada, acaba ajudando na limpeza do palato e fazendo com que cada garfada e cada gole se tornem uma experiência diferente da outra. Outra fator importante é o lúpulo, onde pelo seus componentes, acabam ajudando a quebra de gordura na boca. O malte, pela sua vasta variedade, traz sabores em que em um vinho, por exemplo, não são encontrados, como o caramelo, chocolate, torrado entre outros.

As harmonizações podem ocorrer por similaridade onde pegamos sabores e aromas iguais tanto na cerveja como na comida. Contrate, onde pegamos elementos que possam se contrastar sem que um prejudique o outro, como por exemplo o doce e o salgado, o ácido e o doce. E por último, mas não menos importante, por equilíbrio, onde pegamos elementos de igualdade, prato leve, cerveja leve, prato robusto, cerveja robusta. Esses três métodos de harmonização você só dará com muito treinamento e com certeza com muito erro.

Para os iniciantes, que estão começando a se aventurar neste meio gastronômico entre cerveja e comida, mas não sabe por onde começar, passo aqui um exercício feito na sala de aula do curso de Beer Sommelir da ABS em Curitiba, ministrado pela professora Kathia Zanatta.

O exercício foi dado da seguinte forma: Foram escolhidos 4 ingredientes e quarto cervejas que representassem os  principais gostos e elementos da cerveja – amargo, doce, azedo, salgado e álcool. Em seguida, foi dada uma tabela para pontuação da harmonizações.

Na comida, foram escolhidos o pão com manteiga para o salgado, bolo de chocolate com cenoura para o doce, endivia para o amargo e limão para o azedo. Já nas cervejas foram escolhidos, doppelbock para o doce, american vienna Lager para o amargo, Lambic para o ácido e Trippel para o álcool.

Após apresentada as cervejas e as comidas, seguimos a seguinte prática: escolhia uma cerveja e degustava com cada comida – para uma harmonização mais perceptível, primeiro de um gole da cerveja para conhecer os sabores, logo em seguida a comida e em seguida um gole de cerveja. Isso fará com que os sabores se misturem sem que aromas mais voláteis se dissipem e você acaba perdendo elementos que poderiam tornar sua harmonização perfeita. Isso mostrava o que cada característica em potencial da cerveja, combinaria com a comida.A partir deste exercício, a percepção de combinação se tornam mais claras e fazem com que os erros sejam menos frequentes.

Devemos lembrar, que as possíveis combinações de sabores e aromas só podem ser percebidas se a pessoa tiver um conhecimento prévio de percepção sensorial, mas que, claro, pode ser treinado.

Faça este exercício em casa e anote tudo o que você sentiu na sua boca. Isso é um ótimo treino e um excelente material de pesquisa para harmonizações futuras. E sempre lembrando, ousem nas harmonizações, o erro é o melhor aprendizado.

Foto by Michele Meiato Xavier @MicMX

#CERVEJADEVERDADE

Foto de Michele M. Xavier

Depois de muito tempo longe do blog – culpa do TCC e de dias estudando sobre cerveja -, volto para deixar um convite muito importante.

Logo após o Censo dos Blogs Brasileiros do Cerveja, o movimento tomou forma com a criação de um grupo, chamado BBC (Blogueiros Brasileiros de Cerveja), cujo intuito é fomentar a cultura cervejeira com ações coletivas.

A primeira ação será realizada amanhã, a partir das 14h, via twitter, com a hashtag #cervejadeverdade, e em blogs sobre o assunto. A ação será para chamar a atenção da população, mostrando que existem cervejas além das beercorn já conhecidas no mercado.

Portanto, movimentem a timeline com fotos de #cervejadeverdade, notícias, fatos sobre o assunto, frases de beervangelização, chamando a atenção para esta cultura que movimenta a vida de nós cervejeiros!

Saia dessa matrix cervejeira de publicidades milionárias, da mentira de que não estufam, de que dão “banheira com nadadoras russas” e conheça a real cultura cervejeira!

PARTICIPE!

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Italianas no @M_Cervejeiro

 

Depois de alguns dias de folga, estou de volta para um convite. O ano foi de muitas cervejas, um começo de revolução no meio cervejeiro e 2011 não pode ser diferente. E um dos primeiros eventos do ano, é a degustação de uma das mais novas escolas cervejeiras e que esta vindo a todo vapor com suas produções.

Estou falando das cervejas italianas. Mais especificamenta do “Birrificio Del Ducato” na comuna de Roncole Verde di Busseto, que produz suas preciosidades desde 2007 e que já acumula grandes prêmios. E como grande maioria das cervejarias da Itália, vem com muita ousadia, com composições como alcaçuz, maturação em barricas de vinho, camomila e outros iguarias.

Estas belezinhas do outro lado da cultura italiana, serão a estrela principal em uma noite de degustação na loja Mestre – Cervejeiro de Curitiba e estarão na companhia de belos queijos. O evento acontecerá na noite do dia 17/01 as 19h.

Você terá mais informações aqui.

 

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Comemore seu ano com uma cerveja

Cerveja ou champagne?

Festas de fim de ano começando e a primeira coisa que pensamos é com o que vamos brindar este ano que passou e o que esta chegando! Infelizmente, o primeiro pensamento que temos é brindar com um bom espumante/champagne, um bom vinho para harmonizar as guloseimas e, como sempre, a cerveja fica para segundo plano – o momento da bebeira.

Como seguidor do “beba pouco e com qualidade”, este post será dedicado às cervejas especiais – estas sim podem ser chamadas de especiais, já que  sazonais – de Natal e as que podem substituir o espumante/champagne na virada de ano.

Começaremos pelas cervejas de Natal. Mais consumidas na Europa, com uma dedicação maior ao inverno e com as tradições natalinas. São condimentadas com ingredientes típicos do inverno europeu, como nozes, gengibre, frutas cristalizadas, cascas de frutas cítricas etc. É um estilo muito livre e é onde o cervejeiro mais ousa, dando seu toque pessoal à cerveja.

São cervejas super alcoólicas, geralmente maior que 6%, mas que combinam muito bem com a noite de natal, harmonizando muito bem com bolos natalinos – panetones, bolos de especiarias, stollen,etc – ou até mesmo com carnes de cordeiro e caça. No Brasil, podemos encontrar algumas cervejas deste estilo, como a nacional Opa Weihnachts e a belga Delirium Noel.

Já para o momento mais esperado do ano, o Ano Novo, podemos comemorar com algumas das cervejas que são produzidas com o método champanoise. Estas cervejas são especiais, feitas com base nas melhores cervejas da casa e levadas para vinícolas, onde são levadas à uma segunda fermentação com fermento de champagne. No mundo são produzidas 4 neste estilo, duas brasileiras – Eisenbahn Lust e Wals Brut, a venda somente em Fevereiro – e duas belgas – a famosa DeuS, em que o método champagnoise é feito na região de Champagne, e a Malheur Brut. São cervejas super complexas – até mais que os famosos champagnes – e que podem ser harmonizadas com canapés, frutos do mar e sobremesas.

Mas caso você não encontre essas cervejas na sua cidade, ou as ache muito caras, pode substituir o velho champagne por cervejas com um “jeitinho brasileiro” para o método champagnoise: são as cervejas com segunda fermentação na garrafa, em que é gerada carbonatação elevada, dando a sensação de estar bebendo um bom espumante. Estas cervejas muitas vezes tem seu fechamaneto com rolha de cortiça, como a Falke Mosnasterium e a Brooklyn Local 1 – duas Strong Golden Ale de presença e que não fariam feio para começar o ano.

A cerveja esta cada vez mais ganhando seu devido espaço. E já que nosso clima esta cada vez mais quente, o ideal é beber algo leve e refrescante, mesmo que sejam cervejas mais alcoólicas e encorpadas.

 

FELIZ 2011!!!!

Fotos by @MicMX

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Vai um Rock ai?!


Segundo o “tio dos burros”, Wikipédia: “Rock é um termo abrangente que define o gênero musical popular que se desenvolveu durante e após a década de 1950. Suas raízes se encontram no rock and roll e no rockabilly que emergiu e se definiu nos Estados Unidos da América no final dos anos quarenta e início dos cinqüenta, que evoluiu do blues, da música country e do rhythm and blues, entre outras influências musicais que ainda incluem o folk, o gospel, o jazz e a música clássica. Todas estas influências combinadas em uma simples estrutura musical baseada no blues que era “rápida, dançável e pegajosa”.

Já o “pai dos burros”, dicionário, é mais coerente com tal definição: simplesmente nenhuma.

Rock é muito mais que definições fajutas de que “é a música do demônio”, “de cabeludos tatuados que ficam balançando a cabeça como retardados e com as mãos pra cima gritando e cantando enlouquecidamente”.

Rock é a conexão de todo Universo com o ser humano; todas as formas de sentimentos, pensamentos, atitudes e toda rebeldia que existe dentro de si.

O estilo passou por tantas fases e por tantos momentos que, por um tempo, pensou-se que o verdadeiro Rock’n Roll havia acabado e sido derrotado por bandinhas de calças coloridas skinner e cabelos bagunçados.

Mas esperem um momento: isso tudo que defini antes não se parece muito com os roqueiros do passado?
Por certo que, não é só porque fazem uma letrinha onde todos vão cantar, com composição fraquinha e sem conteúdo algum, que isso não pode ser chamado de Rock.
Alguns vão querer meu pescoço por estar escrevendo isso. Mas Rock é atitude, é fazer. Rock não é tocar porque esta na moda ou porque tornou-se cool dizer que o curte.

Quantas bandas já fizeram letras sem sentido algum, arranjos que não se encaixavam em nenhum momento com a composição, e mesmo assim foram consideradas geniais.
Há até ‘um certo alguém’ – dizem por aí ter sido o pai do Rock – que tinha guitarra barulhenta, desafinada, distorcida e é, até hoje, considerado um grande músico e guitarrista.

Se pegarmos os grandes Beatles e compararmos com o o “pré-conceito” de Rock, eles em nenhum momento seriam definidos como integrantes desse estilo musical: não falavam no demônio, não tinham guitarras distorcidas ou cabelos compridos que se desarrumavam ao balanço enlouquecido da cabeça. Mas o pensamento, a forma como viveram suas vidas é Rock.

Muitos devem estar pensando: este não é um blog destinado a gastronomia e cervejas? Sim, realmente o é. Mas quem disse que gastronomia não é Rock?! É muito mais Rock´n´Roll do que se imagina. É um verdadeiro show, onde nos bastidores há uma grande dedicação para que no palco central não desafine nenhum instrumento, vendo o público balançando a cabeça e com os braços pra cima comemorando uma grande festa. E como falar de música, do grande Rock´n´Roll, e não pensar em cerveja. Ambos são minhas grandes paixões e harmonizam muito bem, tanto em comparações quanto em contrastes.

A cerveja possui propriedades que trazem o bem-estar, felicidade, emoções indescritíveis, assim como a música.

Impossível não escutar uma música e não ter vontade de abrir uma bela cerveja e, a cada gole, cada riff de guitarra, não se imaginar em um grande show!
Neste exato momento isto faço, escutando os loucos do AC/DC e chacoalhando a cabeça, com o copo na mão e enlouquecido como se estivesse no meio da multidão.

Tudo isso é Rock`n`Roll: toda essa energia, paixão, como se o mundo fosse todo seu e que todos os problemas ao seu lado desaparessem a cada batida do bumbo e do coração. Como diz @ChuckHipolitho (ex-Forgotten Boys), em um dos blogs que escreve, neste Dia do Rock: “Cara, afinal, o que NÃO é o Rock pra todos nós? Rock é a possibilidade de viver o seu sonho e nunca acordar. Pois só vai acordar quando estiver morto! Rock é o estilo que supera fatores sociais, econômicos, étnicos e até mesmo religiosos. O Rock é mais forte que tudo. Rock é o estilo de música capaz de escolher uma pessoa e mudar sua vida pra sempre.”. Esse pequeno trecho diz tudo o que é Rock.

O post esta saindo um pouco tarde para esse grande dia, mas todo dia é dia de Rock, festa, cerveja gelada e amigos em grande sintonia. Bom Rock para todos!

Photos by Michele Meiato Xavier (@MicMX)

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Profissão Cozinheiro

Entro em um site de notícias, abro um jornal ou ligo a TV e vejo as manchetes: “Aumenta o número de empregos no Brasil”; “Taxa de carteiras assinadas aumenta 5% desde 2009”.
Cada vez que leio uma reportagem dessas me pergunto: Será que esses novos trabalhadores estão qualificados para entrar no mercado de trabalho?

Em grande parte da Europa, e países ditos de 1º Mundo, só é possível se entrar no mercado de trabalho formal quando se possui qualificação para tanto. Na Alemanhã, por exemplo, um cozinheiro somente assim pode ser chamado quando possui curso para tanto e diploma. Sem esses dois requisitos mínimos nem se coloca os pés dentro de uma cozinha.
Aqui no Brasil a realidade é um pouquinho diferente.

Outro dia vejo um “tweet” de uma nova escola de Gastronomia em Florianópolis. Como de praxe, entro no site e me deparo com o seguinte curso: “Chefe em Alta Gastronomia”. Então me pergunto mais uma vez: será que as pessoas sabem para que serve um Chefe de Cozinha ou, melhor ainda, será que sabem para serve uma faculdade e/ou diploma?

Fico decepcionado cada vez que entro em um restaurante, e vou até a cozinha conversar com o dito “Chef de Cozinha”, e ele nem sequer tem um curso profissionalizante na área que atua, mesmo sendo este uma das formas menos rigorosas de acesso ao ensino “superior” neste País.

Pergunto para o “Chef” como começou a cozinhar e ele me responde que veio do Nordeste, atrás de emprego; como era um cara batalhador, acabou entrando em uma cozinha como Steward (limpeza) e, por ser um rapaz esforçado, acabou virando “Chef”. Não tiro o mérito desse trabalhador, já que, infelizmente, no País em que vivemos é assim que se consegue ser “alguém” na vida. Mas sendo essa uma das únicas escolhas que se lhe apresentam, daí decorrerá a desvalorização da profissão, difundida, portanto, arraigada em preconceitos. Por essa e outras razões que nosso Governo “opta” por valorizar a ausência/desnecessidade de diplomas e cursos para “ser um profissional”, medida muito mais fácil e barata do que o investimento na qualidade de ensino no País.

Algumas pessoas irão ler este post e achar que estou sendo extremamente radical. Minha pergunta para tais é: vocês gostariam de ver pessoas não qualificadas se dizendo médicos, advogados ou professores? Tenho a absoluta certeza que a resposta será um “NÃO” em caps lock e em negrito.
Por isso sou um grande defensor de que, para entrar no mercado de trabalho, pelo menos um curso profissionalizante deve se ter no curriculo. Na medida que o profissional for aperfeiçoando seu conhecimento, maior será seu cargo e, por decorrência, sua remuneração.

Estou cansado de ver “Chef de Cozinha” dizer que entrou na profissão por “dom” ou por seu esforço – que é válido, por certo, mas insuficiente. Os tendo, parabéns! Mas que esses pequenos méritos se complementem com o conhecimento. Não adianta ser “Chef bordado no Dolman”, se não sabe nem o porquê da cocção de uma carne mais rígida levar horas para ficar pronta. Ou porque um prato tradicional leva tal nome.

A história, a química dos alimentos, a gestão, a prática, e, por último mas não menos importantes, o mérito e o dom vão fazer de você um grande profissional. Mas limitar-se a um fictício “status” é, infelizmente, o que se vislumbra dessa profissão. Chef de Cozinha precisa de formação para poder honrar o função que exerce.

Photos by Michele Meiato Xavier (@MicMX)

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Mercado Público


Abro o twitter esta manhã e o primeiro tweete que leio é o seguinte: “Prefeito de Florianópolis sanciona lei do mercado público”. No link adicionado a primeira frase constante é: “A intenção é resolver a questão secular das ocupações comerciais… ‘Isto é mais um capítulo na história da Administração Pública que busca soluções às ocupações permissionárias’, assinalou o prefeito”. Após ler isso fico pensando: qual a utilidade de um Mercado Público, existente em muitas capitais e cidades do interior do nosso país?

Mercado Público é um local criado pelo governo do estado onde em seu interior deveria haver a venda dos mais variados produtos, visando a valorização desses e de seus produtores. Infelizmente, isso é o que menos acontece.

Em Florianópolis, e não só por aqui, o mercado público serve, mais uma vez, apenas para arrecadação de tributos e articulação política. A lei sancionada na sexta-feira (18) visa a licitação do espaço para particulares, por um prazo de 15 anos, e a escolha do mix de produtos que serão vendidos. Pelo que se pode ver, mais uma vez ocorrerá a desvalorização do produto e do produtor.
Hoje o Mercado Público de Florianópolis virou uma gigantesca peixaria tão somente, com produtos nada agradáveis, e alguns poucos restaurantes – que até onde vemos a fiscalização há anos por ali não passa, visto a quantidade de sujeira e desordem que se pode encontrar em seu interior.

Como Gastrônomo e adepto da valorização dos insumos utilizados na alimentação, a concepção de Mercado Público deve ter em conta a valorização dos produtos regionais e nacionais, para que tais possam chegar ao conhecimento e alcance de todos e não somente restritos ao local onde produzidos.

Não queremos que nosso país, com a variada flora que possui, venha a se igualar a alguns países da Europa, onde os produtos são caros e encontrados em pequenas quantidades, ou até mesmo não encontrados, em razão da extinção antecipada decorrente de um controle falho de sua utilização e produção. Ou, até mesmo, para que nossos produtos não sejam “usurpados”, como o caso do nosso Açaí, que agora, nas mãos dos asiáticos, pode vir a não mais ser visto por aqui.

Para isso que queremos um Mercado Público e para isso que ele deve servir: que nossos filhos e netos possam continuar comendo e conhecendo a riqueza de nossa fauna e flora, com acesso a uma contínua e vasta produção de alimentos.
Chega de mais uma razão pífia para arrecadação tributária e pouca contraprestação, como é a práxis no nosso país.

Photos by: Michele Meiato Xavier (@MicMX)

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