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Archive for novembro \30\America/Sao_Paulo 2010

Quer ganhar a Wäls Pilsen e o Caneco personalizado que o @gastrobirra esta sorteando?

Presentinho do Gastrobirra

Quer ganhar um presente de Natal do gastrobirra?

É só me seguir no twitter (@gastrobirra), dar RT no link, cruzar os dedos e esperar até o dia 15 de dezembro.

A Wäls Cervejas Especiais, que já foi citada por aqui, cedeu, gentilmente, para o blog uma garrafa de uma de suas cervejas mais expressivas: a Wäls Pilsen. Cerveja no verdadeiro estilo Pilsen, bem longe daquelas que encontramos no mercado (com cor amarela sem graça, aguada e baixa complexidade).

Essa é uma Pilsen Bohemia, com bela cor dourada, aromas de lúpulos especiais, bom amargor de lúpulo, bem balanceada no sabor de malte, com leve toque herbáceo e algo como biscoito. Ao servir, você será bem apresentada com uma grandiosa espuma densa e cremosa.

E para saborear esta breja, a família  Wäls nos presenteou com uma caneca exclusiva da cervejaria: de porcelana, com o emblema da cervejaria e que fará companhia para seus dias de alegria.

Então, o que está esperando? Corre me encontrar no twitter – se ainda não me segue – siga-me, de RT no link e é só torcer!

Fotos de @MicMX

Categorias:Cerveja, Sorteio

Harmonização: Salada tropical cítrica com Surubim defumado e Estrella Damm Inedt

Salada Tropical cítrica com Surubim defumado

Está afim de uma saladinha diferente para os dias calorosos que estão fazendo, acompanhada de uma ótima cerveja? Aqui é o lugar certo e este post foi feito especialmente para você!  – ta parecendo publicidade de Polishop carrinho de pamonha, rsss.

Após conhecer o Empório São Patrício – já mencionado aqui – e conversar sobre cervejas, Jerusa – quer saber quem é ela? Vá ler o post sobre o Empório! – comentou com minha esposa/namorada sobre uma cerveja que sua sogra, a qual nunca apreciou cervceja, viciou nas características condimentadas e refrescantes dessa bebida.

Curiosa e pidona como só a Michele consegue ser, fomos atrás dela aqui em Floripa e lá fui eu, novamente, inventar algo para harmonizar. Aproveitando os belos dias que estão dando por aqui, Michele acabou fotografando os pratos na nossa sacada, só pra deixar vocês com um pouquinho de inveja da bela vista que temos ao acordar – ainda bem que não apareceu nenhum sagui para roubar a comida e/ou a cerveja.

A cerveja é a Estrella Damm Inedt, elaborada pelo Chef catalão Ferran Adrià – em minha modesta opinião, única coisa decente feita por ele – , os sommelieres de seu restaurante, El Bulli, e o Mestre Cervejeiro da Damm, como uma alternativa ao vinho, harmonizando perfeitamente com pratos da alta gastronomia – como se outras cervejas também não pudessem.

Elaborada com uma mescla de maltes de cevada e trigo, aromatizada com lúpulos especiais, especiarias como semente de coentro, alcaçuz, raspas de laranja e com segunda fermentação em garrafa, proporcionando-lhe aromas complexos florais e frutados. Já no paladar, essa cerveja é surpreendente: notas adocicadas vindas da segunda fermentação na garrafa e pela mescla dos maltes; leve amargor; cítrica; condimentada ( coentro e alcaçuz ). Uma cerveja refrescante, com boa formação de espuma, cor dourada e bom corpo.

Cerveja muito complexa e bem feita, que pede um prato com uma certa força, mas gentil. Daí me veio a idéia de fazer uma salada simples, refrescante e com certa complexidade de sabores. Eis, então, uma salada com abacate e manga, temperada com suco de lima da pérsia e limão siciliano, coentro, hortelã e  gengibre, acompanhada com lascas de Surubim defumado.

Surubim é um peixe encontrado nos rios da Amazônia e do Paraguai. Gorduroso, com carne firme e muito saborosa.

O cítrico da salada ajuda a dar uma quebrada na gordura do peixe e deixa-lo mais “redondo” para bem contrastar com o condimentado da cerveja. A boa carbonatação desta ajuda, por sua vez, a dar uma quebrada no defumado do peixe e deixa-lo mais sutil.  As frutas e o cítrico da lima,  do limão e do coentro combinaram muito bem com as características frutadas, vindas do malte e fermento, e cítricas, dos condimentos e lúpulos.

E como o intuito deste blog é mostrar que comida boa e com qualidade também é simples de se  fazer, principalmente se acompanhada de boas cervejas, esse é mais um prato que não foge à risca.

Você vai precisar de:

400g de Surubim defumado

2 abacates médios bem firmes

1 manga bem firme

2 limas da pérsia

1 limão siciliano

gengibre ralado

1 colher de sopa de coentro picado

1/2 colher de sopa de hortelã picada

Sal e pimenta do reino a gosto.

 

 

A melhor ferramenta do cozinheiro é suas mãos

Simples assim:

Corte a manga e o abacate em Julienne: por isso que as frutas precisam estar firmes; se muito maduras, irão desmanchar e criar muito suco.

Espre ma o limão siciliano e as limas da pérsia sobre as frutas – Caso não tenha peneira, pode usar a mão mesmo, sem muita frescura. Só deixar a mão em forma de concha, com um leve espaço entre os dedos e a semente não cairá na comida. Tempere com a hortelã e o coentro picados, o gengibre ralado, o sal e a pimenta do reino moída.

Reserve por 10 min – passado disso as frutas começam a perder líquido e textura. Neste ínterim, grelhe o peixe em uma frigideira bem quente, para que caramelize na sua gordura e dê-lhe sabor mais complexo. Deixe o meio do peixe ainda cru, dando uma certa firmeza na carne.

Só cortar o peixe em tiras e dispô-lo sobre a salada, regando com um bom azeite, e sirva.


Fotos by @MicMX

Festival Brasileiro da Cerveja

Amanhã começará um dos dias mais importantes da cena cervejeira no Brasil, o momento mais esperado de todos os tempos, o “remédio” para o estres do ano: começa amanhã o Festival Brasileiro da Cerveja em Blumenau.

Serão 3 (três) dias de muita cerveja, com mais de 50 micro-cervejarias do Brasil – algumas delas apresentando suas novas “crias” e outras com cervejas especiais para o evento. A comida fica por conta de alguns bares que valorizam a cerveja, como o famoso Frangó e o The Basement English Pub de Blumenau. Já a diversão fica por conta dos shows, com bandas que vão desde o Chorinho até o Tango.

Para poder apreciar da boa cerveja, a diretoria do Festival criou uma moeda própria: o “Ninkasi”, em homenagem a Deusa Suméria da Cerveja. O valor da moeda será o valor normal do Real, mas é uma brincadeira interessante para os visitantes.

Além da cerveja, da diversão e da comida, o evento proporcionará palestras – infelizmente já esgotadas – sobre o mundo cervejeiro em geral. Entre os palestrantes estão Edu Passarelli, sócio/proprietário de um da Forneria Melograno e especialista em cervejas, Cássio Piccolo, proprietário do Frangó, entre outros.

Esse Festival mostra a importância que a cerveja esta tomando no Brasil, sendo que logo entrará para o calendário de festas destinadas à cerveja no mundo todo, como a Ocktoberfest, em Munique, e o Great American Beer Festival. Vamos torcer para que dê tudo certo neste grande evento e que possamos mostrar o real valor da cerveja.

Infelizmente eu e esposa só estaremos no último dia de festival, torcendo para que as cervejarias tenham se organizado bem e trazido chopp suficiente para os três dias de festival. Já que são três dias de festa, que sejam três de muita cerveja e tranquilidade. Depois que conseguir me recompor da bebedeira, postarei minhas considerações sobre o festival.

O ingresso custará R$5,oo ou R$ 15,00 (este dará direito ao caneco de vidro feito especialmente para o festival).

São Patrício every day

Sabe aquela desculpa que damos para encher a cara de chopp Guinness em pubs irlandeses e ingleses, vestidos de duendes verdes? Agora já temos outra, à altura, para festejar isso.

Inaugurou em Balneário Camboriú, no dia 12 de novembro, o Empório São Patrício. Um empório pequeno, porém super aconchegante e com vasta variedade de cervejas – algumas nunca vistas por aqui, como a americana Goose Island e a alemã Schofferhofer, com adição de Grape Fruit (um suquinho na verdade).

Como as opções em Santa Catarina ainda são poucas – comparadas aos grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro -, não podemos deixar passar essa oportunidade. Eu, a namorada/esposa Michele, meu irmão e um casal de amigos fomos conferir de perto essa nova casa cervejeira.

Aproveitamos o feriado, que estávamos com grana no bolso – nem tanto assim – e pegamos a estrada, resolvendo passar o dia em Balneário Camboriú fotografando (esposa e amigos são fotógrafos), terminando-o com belas cervejas.

Mesmo sendo um local não muito fácil de se encontar – devido a falta de luminoso na fachada e por ser complicado andar de carro naquela cidade em período de “temporada” -, logo avistamos as belas garrafas de cervejas nos chamando para serem devidamente apreciadas.

Chegando ao estabelecimento fomos muito bem recebidos por Jerusa, esposa do proprietário, que nos mostrou como funciona o esquema da casa: mesão central, só abrir uma das geladeiras, escolher a cerveja que será degustada, sentar e bater um papo com quem lá esteja, seja a pessoa quem for a seu lado.

E foi assim mesmo que aconteceu: logo na chegada já fui recepcionado com um gole da Brooklyn Black Chocolate Stout, mesmo nunca antes tendo visto o rapaz que ela me ofereceu.

Conversa vai, conversa vem, com grande dúvida do que tomar, optei por abrir uma Rogue Mocha Porter – Porter muito interessante, com notas achocolatadas, leve café, amargos pronunciado e persistente e leve acidez do malte torrado. Segundo a cervejaria americana, cerveja feita para enaltecer o chocólatra existente dentro de cada um.

Enquanto eu e um amigo degustávamos essa Porter, as meninas – culpa da Renata, que gosta de “coisa docinha” e não aprecia cerveja – resolveram por tomar a já antes citadas Schofferhofer: com adição de suco de Grapefruit. Uma cerveja bem sem graça, diga-se de passagem, feita de trigo, com baixíssimos álcool e sabor de cerveja. Pobre Michele, que teve que provar desse suquinho.

Mas voltando às cervejas e deixando o suco de lado, a próxima degustada foi a Boont ESB da Anderson Valley. Encontrada em casas especializas por aqui, mas que sempre vale ser (re)experimentada. Uma ESB com carga alta de lúpulo, trazendo notas herbáceas, leve biscoito, caramelo e levíssimo aroma de baunilha. Uma cerveja muito gostosa.

Aproveitando a campanha dos cervejeiros caseiros/artesanais realizada no mesmo dia no twitter – para “biervangelizar” uma pessoa, apresentando-lhe cervejas artesanais/especiais -, resolvi limpar o fígado de meu irmão, acostumado tão somente com cervejas comerciais.
No começo resistiu: não queria provar nada diferente dizendo não gostar de nada. Depois de muita batalha, cedeu e acabou se jogando em algo mais marcante, diferente das comerciais daqui.
A escolhida foi a Brooklyn Lager: Vienna Lager, com uma bela cor ouro-âmbar (dourado, puxando para o alaranjado), com bom amargor bem balanceado com o sabor de malte, leve caramelado e um ótimo aroma floral e cítrico do dry hopping.

Apesar da diferença marcante, ele adorou a cerveja e disse que aquela, apesar do preço, poderia ser uma cerveja para se tomar todos os dias. Missão cumprida.

Depois de muitas conversas, risadas, fotografias e eu esperando o sócio/proprietário do estabelecimento (Julio) para ter uma conversa, coloquei mais uma Rogue para gelar. Dessa vez uma Dead Gay Ale,
Deliciosa Maibock, com sabor adocicado de malte puxando para o mel, leve caramelo, final seco (devido ao fermento utilizado) e um saboroso e balanceado amargor.

Uma cerveja fantástica e com uma rótulo muito interessante, feito para um bar mexicano, em comemoração ao Dia dos Mortos, onde seria servida a cerveja on tap. A Rogue gostou tanto do rótulo que acabou adquirindo-o e trazendo-o para a sua cerveja especial de dia dos mortos.

Para não ficarem de fora, as meninas queriam experimentar algo diferente e que valesse a pena todo o ritual de degustação. Vasculhando as prateleiras, achei uma Meantime Chocolate, que já de cara ganhou as graças com seu belo layout (desde a garrafa até a tampinha). Como sabia que uma delas prefere algo sem muito gosto de cerveja (?), cairia bem esta cerveja, com sabor predominante dos maltes torrados, puxando para o chocolate amargo, com pouquíssimo lúpulo, textura licorosa e bela cor preta. Cerveja deliciosa e que cumpre o que promete.

Depois de muita espera e essas belas cervejas degustadas, consegui ter uma conversa breve com Julio, batendo um papo rápido sobre o lugar. Essa conversa se estendeu por e-mail, com um pouquinho mais sobre o estabelecimento, onde a idéia é de levar ao público a degustação no local das cervejas mais consagradas do mundo, que vão desde a já conhecida Guinness até as italianas Baladin, afora as cervejarias brasileiras. Tudo isso sem muito compromisso, com ótimos preços e bate papo descontraído.

E claro que, por ser um empório, no local são vendidos, além das cervejas, suvenirs como copos e “bolachas” personalizadas. Julio contou também que teve a idéia do local com um grande amigo – por coincidência, grande amigo meu também – e hoje seu sócio: Marcos Camargo, também sócio do Clube do Malte em Curitiba. A idéia inicial é valorizar as cervejas artesanais brasileiras, tentar trazê-las para o público catarinense e mostrar que o Brasil não é feito somente de “Skols” e “Brahmas”.
Essas [nacionais] ainda não estão à venda no local, mas logo logo estarão dividindo espaço com as grandes cervejas internacionais e esperando granhar o destaque merecido.

O primeiro contato de Julio com cervejas foi em Blumenau, onde tinha uma banda de rock e ensaiavam degustando chopp de uma cervejaria artesanal de Timbó. Depois disso, teve contato com a Eisenbahn – no tempo que era boa – e de vez caiu nas graças da cerveja.

Um lugar pequenino, aconchegante e que trará muita alegria para Balneário e região.

Vida longa ao Empório São Patrício. Logo lá estarei novamente para realizar uma harmonização com cervejas italianas e com método champanoise.

Fotos By @MicMX

Wäls: “Uma bebida dos Deuses”


Hoje, sexta-feira, dia de “sorrir com o fígado”, como disse o monge do filme “Comer, Rezar, Amar” – que, por sinal, é um baita filme e serve até mesmo para marmanjo chorar – e, por isso, o post será em homenagem a uma das cervejarias de maior expressividade do Brasil, a Wäls Cervejas Especiais

A cervejaria fica em uma das regiões de maior manifestação na cena cervejeira do país: o estado de Minas Gerais. Lá que eles se encontram, mais precisamente em São Francisco, na conhecida Região da Pampulha.

No final dos anos 90 resolveram colocar à prova as grandes cervejarias e mostrar que as artesanais têm tanto poder quanto as de larga produção. Foi isso que conseguiram com cervejas de caráter único, nas quais o que está em jogo é a criatividade e a perfeição.

“Na vida, as melhores coisas são aquelas feitas com amor, dedicação e carinho. Foi pensando nisso que a Cervejaria Wäls se baseou para elaborar ‘uma bebida dos Deuses’”. Belas palavras, não?
E inspirados nisso eles conseguiram transformar o malte, o lúpulo, a água e os “bichinhos comedores de açúcares” em grandes cervejas.

Desde a primeira Wäls que apreciei, virei fã: uma Pilsen Bohemia. Genuína Pilsen, com características iguaizinhas àquelas que encontramos no país de sua origem: a República Tcheca. Seu amargor de lúpulo – bem equilibrado com os maltes especiais – não podia ser melhor.

Depois de todo o maravilhamento com essa Pilsen, ganhei dois exemplares da X-wäls assim que saiu no mercado. Essa deixou um pouco a desejar, confesso: leve, bom sabor de malte e leve lúpulo. Boa pedida para o verão escaldante de Floripa, mas nada demais.

Mas não me deixei abalar e fui atrás das demais cervejas da marca.
Experimentei uma Dubbel (cerveja Strong Ale escura), com sabor de frutas secas e amêndoas, assim como os respectivos aromas. Mas a apreciação foi igualmente prejudicada, pois estava oxidada. Isso ocorreu em duas oportunidades e, infelizmente, ainda não consegui realmente prova-lá.

Mas como sou alemão teimoso – só de sobrenome mesmo –, comprei mais um exemplar e que hoje será apreciado – ao menos vamos tentar – entre amigos.

Mesmo com esses empecilhos, busquei provar os outros estilos da cervejaria e esses, sim, ganharam meu gosto de vez e me fizeram virar fã número 1, com direito a seguir no twitter e “puxa-saquismos” merecidos.

A trippel é deliciosa – até mesmo a esposa/namorada virou fã, ainda que aprendendo a apreciar boas cervejas só porque começou a namorar este escriba. Super aromática, com ótimo equilíbrio do malte e amargor, paladar condimentado e uma bela cor dourada.

Mas a menina dos olhos, contudo – em minha modesta opinião -, é a Quadruppel. Uma das cervejas mais complexas que já pude apreciar. Seus aromas de frutas secas, toffe, malte, chocolate e seus sabores puxando para o toffe e chocolate, com amargor equilibrado, deixam-na “redonda”, com ótimo dinkability.

Esperamos que as próximas “crias”, que logo chegarão ao mercado – nova X-Wäls, Witbier e duas Bruts (estas para o ano que vem) – continuem na mesma qualidade e encantamento como as demais.

Para finalizar, deixo aqui uma dica de harmonização: Filé Mignon suíno, acompanhado de Tortei de Abóbora ao molho de Ale e açafrão.
Essa harmonização foi feita com uma Trippel, que caiu muito bem com o filé e, principalmente, com a massa, pelas características frutadas e condimentadas da abóbora. Esse molho poderá parecer amargo, isso é resultado de a cerveja conter mais lúpulo e ser levada ao fogo, ganhando destaque o seu amargor. O açafrão fará o trabalho de equilibrá-lo, bem como a cerveja ao harmonizar. Testem e depois comentem aqui o que acharam.

Aproveitem e alegrem seus fígados, almas e espíritos. Pelo menos neste momento de alegria todos os problemas serão pequenos.
Boa sexta e ótimo fim de semana.

Receita
500g de Mignon Suíno
400g de tortei de abóbora
Cerveja tipo Ale
1 colher de café de açafrão
250 ml de creme de leite
3 chalotas
Sal
Pimenta do Reino
Salvia
Manteiga
Preparo:
Corte o Mignom em medalhões, tempere com o sal, pimenta do reino moída e a salvia picada. Reserve.
Pique as chalotas em cubos bem pequenos, caso não achar chalotas pode ser trocada por uma cebola média. Branqueie na manteiga, sem deixar pegar cor, junte a cerveja e deixe reduzir.
Aqueça uma frigideira e sele os medalhões, todos os lados, em fogo alto na manteiga. Retitre da frigideira e leve ao forno médio – 200°C – para terminar a cocção.
Após a cerveja reduzir, junte o creme de leite, ferva por 5 min, até reduzir novamente pela metade e junte o açafrão. Tempere com sal e pimenta do reino.
Cozinhe o tortei até ficar al dente.
Só servir e apreciar.

Fotos comida by @MicMX

Harmonia Caseira: Strudel de Pêra caramelisada com Mel e BierLikör e Oicle DoppelBock

E a batalha para uma cultura cervejeira no Brasil continua. Desta vez, começo aqui a seção “Harmonia Caseira”: uma mescla da melhor comida de todas – a caseira – e uma das formas mais democráticas de se fazer cerveja, em casa.

Esta seção tem o intuito de divulgar os cervejeiros caseiros, que no Brasil, infelizmente, são pouco valorizados; mostrar a diversidade da criatividade e enfatizar que, mesmo sendo produzida em casa, com pouca acessibilidade de produtos e tecnologias, podem sair cervejas e estilos jamais vistos.

Este ritual do cervejeiro caseiro acontece desde a antiguidade, mas quem comandava as panelas na época eram as mulheres. Elas tinham o dever de produzir cerveja para a alimentação da família – sim, você leu bem, ALIMENTAÇÃO -, já que é uma bebida rica em vitaminas e proteínas.

Após muito tempo esta função passou para os homens, mais especificamente aos padres, em Mosteiros por todo o mundo. Com eles a disseminação da cultura cervejeira e a melhoria da bebida foram as chaves para o que hoje conhecemos da cerveja (isso antes do mercado de massa acabar com elas).

Depois de tantos anos esquecida, a cultura de se fazer a bebida em casa voltou. E um dos grandes princípios desta prática é: se não tenho bebida boa no mercado, faço a minha própria cerveja. E com esse pensamento a pratica foi ganhando cada vez mais adeptos e hoje é uma grande modinha mania mundial.

No Brasil, a cultura de cerveja caseira é curta – como já postado aqui -, mas a cada ano o crescimento anda a galopes. E o preconceito não tem mais vez nessa ritual: as mulheres voltam as suas origens e ganham o respeito merecido em meio a tanto marmanjo.

Voltando para a seção iniciada neste blog, o intuito é mostrar que se pode fazer a própria cerveja em casa, com a valorização e maestria das grandes bebidas.

O primeiro a participar desta seção é o cervejeiro Elcio Martins, aka.Cervejaria Oicle, aqui mesmo de Florianópolis e que se apaixonou pela arte há poucos anos, desde 27/12/2008 (data em que inicou a produção de sua primeira cerveja).

Ele conta que começou a fabricar sua própria cerveja após uma conversa com um amigo do Paraná, o qual comentou que o sogro fazia a própria cerveja em casa. A curiosidade falou mais alto e, a partir disso, foi atrás de cursos de especialização em cerveja.

Elcio relata: “Passei a ler muito e fui fazer um curso no Rio e no dia 27/12/2008 fiz a minha primeira cerveja, que ficou horrivel.” Ele não se deixou abalar. Sua próxima brassagem foi para um concurso no Rio de Janeiro e acabou levando o prêmio no estilo livre, com uma Stout.

Já foi muito interessado por vinho, mas sua paixão hoje é pela cerveja e, por essa paixão, doou dois exemplares de suas cervejas – uma Red Ale, que ficará para outra oportunidade, e uma Doppelbock -, sendo que a segunda tive o prazer de abrir e harmonizar, sempre com a ótima companhia da namorada/esposa e fotógrafa do blog, neste último feriado.

O líquido precioso foi muito bem com um Strudel de pêra caramelada com mel e BierLikör. Para muitos pode parecer estranho essa combinação, mas como estamos falando de cerveja caseira, o cervejeiro pode dar o toque que quiser na bebida.

A Doppelbock geralmente é uma cerveja mais forte, com bastante presença de malte, sabores achocolatados e tostados. Sua graduação alcoólica é sempre muito elevada: sempre na faixa dos 10% ABV.
Já o exemplar doado tem notas mais amadeiradas, carameladas, bastante presença de malte, leve álcool (que fica mais presente e redondo com o doce do strudel) e quase nada de amargor. Apesar da presença de álcool no sabor, ela tem somente 7,9% ABV, quase uma bock normal.

Pelas suas características, combinou muito bem com o Strudel, principalmente por levar mel, já que complexidade de seu sabor se encaixa muito bem com a força do malte e caramelado presente na cerveja.
A leve presença do BierLikör – licor de cerveja – bate bem com o leve corpo licoroso da cerveja e até mesmo com as notas leves de madeira e chocolate, presentes nas duas bebidas. Os ingredientes usados nesta cerveja foram Malte: pilsner, vienna, munich, caraaroma e melanoidina Lupulo: Hallertauer e Saaz Fermento: S-23

E é com esta bela Doppelbock, de cor marrom avermelhada, com os marcantes sabores já descritos aqui, que inicio esta batalha cervejeira.
E como o intuito é mostrar comida fácil, mostro que este Strudel, apesar de parecer complexo, é muito simples.

Receita:
Ingredientes:
300g de massa folhada
3 Pêras grandes
200ml de mel
75ml de BierLikör (pode trocar por conhaque)
½ limão siciliano
Q.B Uvas passas
Q.B Farinha de rosca
Q.B Castanha de Caju triturada
Q.B Canela em pó
Preparo:
Corte as pêras em lâminas finas. Esquente uma frigideir. Derreta o mel. Junte a pêra e o BierLikör. O líquido da pêra ira se soltar. Junte o suco de meio limão siciliano e deixe cozinhar até a pêra absorver todo o suco de volta e dar uma leve caramelizada.
Reserve a pêra e deixe esfriar.

Abra a massa folhada, espalhe um pouco de farinha de rosca no centro e largura da massa.

Espalhe a pêra já fria, a castanha, canela e a uva passa.
Feche a massa, dê uns pequenos cortes nela e pincele gema na parte de cima;
Leve ao forno a 200C° por 35 a 40 min.
Pode servir com sorvete de creme ou chantilly

Fotos by @MicMX